Minha peça começa com o ator que desce à platéia, estrangula um crítico e, de um livrinho preto, lê todas as humilhações que sofreu e de que tomou nota. Depois vomita sobre o público. Em seguida, afasta- se e dá um tiro na cabeça. (Agenda de trabalho 19/07/64 de INGMAR BERGMAN)
terça-feira, 18 de maio de 2010
O CORPO - ARNALDO ANTUNES
O corpo existe e pode ser pego
É suficientemente opaco para que se possa vê- lo
Se ficar olhando anos vc pode ver crescer o cabelo
O corpo existe porque foi feito
Por isso tem um buraco no meio
O corpo existe, dado que exala cheiro
E em cada extremidade existe um dedo
O corpo se cortado espirra um líquido vermelho
O corpo tem alguém como recheio.
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adoro esse poema
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