terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

TEMPO ESCONDIDO (Ná Ozzetti/Luiz Tatit)


Começou minhas férias.
JÁ LEVANTO COM TUDO QUE TENHO DIREITO, E ME MANDO EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO, EVIDENTE QUE TENTO DE TUDO QUE É JEITO, MAS NÃO ACHO MEU TEMPO ESTÁ SEMPRE ESCONDIDO.
Então: MERGULHEI OUTRA VEZ NESSA BUSCA INSANA, MAS PRIMEIRO PASSEI UM BOM FIM NE SEMANA, LEVANTEI QUASE TUDO QUE EU TINHA DE GRANA, NA SEGUNDA PULEI FEITO LOUCO DA CAMA.
Com esta canção começo minhas férias, nessa segunda 22/02/10. E o calor de Rio Preto? Infernal, pra variar, pois dentro do meu quarto aparenta 40 graus neste momento, da pra imaginar o frescor não é mesmo.
Não deixo o tédio me tomar: PROCUREI MEU AMIGO QUE É UM CARA LEGAL, QUE TEM TEMPO DE SOBRA PERÍODO INTEGRAL, ELE ACHA QUE O TEMPO DE MODO GERAL, É UMA PERDA DE TEMPO UM ATRASO TOTAL .
Deixo pra lá e volto ao meu quarto. Abro as páginas do meu livro atual, Os Irmãos Karamazov, e mergulho no universo de Dostoievski, mas na mudança da página, de novo a letra desta canção me vem a cabeça: ÓI QUE SACADA GENIAL, ELE TEM MESMO ESSE DOM DE DIZER O ESSENCIAL, É PONTO FUNDAMENTAL, ELE TOCOU NESSE PONTO MUDOU MEU ASTRAL.
O capítulo acaba e para pra refletir, (momentos introspectivos me consome o dia inteiro) mudo de idéia: NÃO QUIS CONTEMPORIZAR SAÍ CORRENDO BUSCAR, QUERIA O TEMPO PERDIDO DE VOLTA PRO LAR, NÃO ERA ASSIM TÃO VULGAR NEM NADA ESPETACULAR, ERA O MEU TEMPO DE VOLTA AO DEVIDO LUGAR.
Mai tarde o calor aumenta, aí, vou derreter, abro a geladeira trezentas vezes por dia, o meu pai deve adorar se souber disso, mas o que fazer pra me refrescar se o ventilador lá do meu quarto só sabe me ensurdecer igual essas fábricas gigantes.
Convencido, me arrumo e saio de casa. PROCUREI OUTRO AMIGO QUE É MAIS ESPONTÂNEO, FOI COLEGA DE ESCOLA MEU CONTEPORÂNEO, ELE ACHA QUE O TEMPO É UM ABSURDO TAMANHO, E ME BOTOU PRA FORA E ME MANDOU TOMAR BANHO. ISSO É POLITICAMENTE INCORRETO E ESTRANHO, É TÃO PATÉTICO TER UM COLEGA TACANHO.
Na noite de volta assisto um belíssimo filme da década de 20, do alemão Murnau . O filme se chama Aurora, que se concentra em um casal do interior cujas vidas são destruídas por uma sedutora mulher da cidade, baseado no expressionismo alemão e em inventivos movimentos de câmera não é a toa que o filme é o preferido de outro mestre da cinematografia (François Truffaut). Adorei e como já é tarde, o sono bate e repenso sobre o tempo, amigos, arte.
CLARO QUE DEPOIS PENSANDO BEM, VI QUE TAMBÉM NÃO ERA ASSIM TÃO PUERIL, PORQUE AFINAL O TEMPO TODO O TEMPO VEM, NÃO TEM PORQUE NÃO TEM PORÉM, NÃO TEM POR ONDE O TEMPO DURA O QUANTO PODE, É TEMPORÁRIO DEMAIS.
Já de madrugada com a janela ainda aberta me deito a espera de um novo amanhecer. Mais tarde acordo, mas ainda é bem cedo: NO ENTANTO EU LEVANTO UMA HORA MAIS CEDO, E ME MANDO EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO, EVIDENTE QUE TENTO DE TUDO QUE É JEITO, MAS NÃO ACHO O MEU TEMPO ESTÁ SEMPRE ESCONDIDO.

4 comentários:

  1. Adorei seu blog, Lucas! Aurora é bom, mas O Atalante é tudo!!! Bjs
    Ana Beatriz

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. To contigo e não abro, o longa do Vigo sempre será melhor que Aurora, mas isso não tira os méritos do Murnau que fez um belíssimo filme. Pra mim o Atalante chega a ser o melhor filme que eu já vi, depois de Persona do Bergman claro. :)

    ResponderExcluir
  4. Lendo seu texto, veio a pergunta: qual a diferença entre expressionismo e impressionismo???

    ResponderExcluir